Feriado Municipal
A Festa da Ascensão, conhecida também como Quinta-Feira da Ascensão ou apenas como Ascensão comemora a Ascensão de Jesus ao céu. É uma das festas ecumênicas, ou seja, uma das que são comemoradas por todas as igrejas cristãs, juntamente com as celebrações da Semana da Paixão, a Páscoa e o Pentecostes. Na Igreja Católica é conhecida também como Solenidade da Ascensão do Senhor. A Ascensão é tradicionalmente celebrada numa quinta-feira, a décima-quarta da Páscoa (segundo a contagem de Atos 1:3), embora algumas províncias tenham mudado a observância para o domingo seguinte.
Uma festa popular em Portugal conhecida como "Festa da Espiga" é comemorada no mesmo dia.
A observância desta festa é muito antiga. Embora não haja evidências documentais de sua existência anteriores ao século V, Santo Agostinho afirma que ela é de origem apostólica e de uma forma que deixa claro que ela já era observada universalmente por toda a Igreja antiga muito antes de seu tempo. Menções frequentes a ela aparecem nas obras de João Crisóstomo, Gregório de Níssa e na "Constituição dos Apóstolos". A "Peregrinação de Egéria" fala de uma vigília antes da festa e da festa em si, eventos que ela testemunhou na igreja construída sobre a gruta na qual os fieis acreditam ter nascido Jesus em Belém. É possível que antes do século V, o evento narrado nos Evangelhos tenha sido comemorado em conjunto com a Páscoa ou o Pentecostes. Alguns acreditam que o controverso e muito debatido decreto 43 do Sínodo de Elvira (c.300), condenando a prática de observar uma festa no quadragésimo dia depois da Páscoa e de esquecer de comemorar o Pentecostes no quinquagésimo, implica que a prática apropriada na época era comemorar a Ascensão junto com o Pentecostes. Representações artísticas do evento aparecem em dípticos e afrescos a partir do século V.
O "dia da espiga" ou "Quinta-feira da espiga" é uma celebração portuguesa que ocorre no dia da quinta-feira da ascensão com um passeio, em que se colhem espigas de vários cereais, flores campestres (papoilas e pampilhos) e raminhos de oliveira para formar um ramo, a que se chama de espiga. Em certas localidades, segundo a tradição, o ramo deve ser colocado por detrás da porta de entrada e só deve ser substituído por um novo, no dia da espiga, do ano seguinte. É considerado "o dia mais santo do ano", um dia em que não se devia trabalhar. Era chamado o "dia da hora" porque havia um momento em que tudo parava: pelo meio-dia, em algumas localidades e pelas três horas da tarde, noutras localidades, onde "as águas dos ribeiros não correm, o leite não coalha, o pão não leveda e as folhas de oliveira cruzam-se". [O seguinte provérbio é do conhecimento do povo português: "se os passarinhos soubessem quando é o dia da Ascensão, não comiam nem bebiam nem punham os pés no chão."] Em alguns sítios do país, era nessa hora que se colhiam as plantas para fazer o ramo da "espiga" e também se colhiam as ervas medicinais. Nesses lugares, em dias de trovoadas queimava-se um pouco dessa "espiga" no fogo da lareira para afastar as trovoadas.